O que eu aprendo com cada situação.


Recentemente, ouvi um influenciador espanhol chamado Eugênio Oller dizer que o sistema educativo está feito para as pessoas não quererem aprender. As escolas, a faculdade, os mestrados e cursos online... eles deixam a gente tão saturados de tanto conhecimento técnico, que a gente termina o ano e pensa “pelo amor de Deus, que tormento, nunca mais eu quero saber disso”.

E não é de se estranhar. Existe um estresse tão grande ao redor da aprendizagem, que a gente é pressionado o tempo inteiro a saber coisas, ficamos nervosos, trememos e suamos pra fazer uma prova. Tem gente que toma até remédio pra meter a cara no livro e implorar pra que cada palavrinha entre numa cabecinha tão cansada e tão cheia de sono. Tudo isso porque o que existe hoje em dia é ansiedade e memorização, não é aprendizado. Porque aprendizado a gente leva pra vida toda, e não somente pra aplicar num teste.

Entenda que eu acredito que memorizar nunca foi estudar, e isso quer dizer que a gente sempre estudou errado e por isso acabou pegando ranço. E pra defender minha hipótese, hoje eu vim te explicar meu raciocínio com uma das poucas coisas que eu aprendi em matemática na época da escola:

se a+b=c 
então c+a=b

Ou seja: se eu cresço sabendo que vou estudar pra fazer uma prova, e fazer essa prova me faz me sentir mal, logo... Eu estudo pra me sentir mal. Tá aí a associação que pode privar muita gente de uma vida de crescimento pessoal.

Não obstante, outra coisa que você talvez não saiba, ainda que tenha sido o melhor da escola na feira de ciências (quando fez aquele vulcão clichê de argila e sódio), é que, por mais burro que você acredite que seja (o que não é verdade), este cerebrinho lindo que você leva aí na sua cabecinha é sábio pra caramba, e ele constrói barreiras pra tudo aquilo que faz a gente sofrer.

Isso quer dizer, que se depender dele e das nossas más experiências educativas, a gente nunca mais vai se esforçar pra aprender nada. Quando acabar a faculdade, acabou o martírio. A trabalhar e ponto.

Mas calma, caro leito, não se culpe. Também não culpe a seus filhos que tiram notas baixas. Todos sabemos que o sistema é cruel e que ele quer mais é que a gente faça coisas que gerem produção. Só que lembre-se, a vida é muitissíssimo mais que saber história, geografia e a soma dos quadrados dos catetos, e felizmente nós somos máquinas de aprender que não param de funcionar. A gente aprende sobre tudo e a partir de todas as coisas. A gente é capaz de aprender a construir um prédio a partir de um desenho no papel. A gente aprende até dormindo. A gente aprende até morrendo!

Vou dar um exemplo.

Nesta época de coronavírus, muitos pais começaram a escrever nos grupos das redes sociais sobre a sua indignação com relação ao confinamento, já que seus filhos estavam se prejudicando, porque estavam deixando de aprender sobre o sistema digestivo dos protozoários e dos artrópodes na escola. Eles ainda não eram conscientes de que experimentar coisas na cozinha, assim como sujar e limpar toda a casa, é também um aprendizado, talvez mais importante e motivador que saber a que velocidade um elevador com aceleração x e massa y chega no térreo do prédio. Também não eram conscientes de que eles podiam aprender a, não sei, costurar uma roupa? Lavar os pratos? Plantar um feijão no algodão? Ou, quem sabe, a ser feliz e cantar no meio da adversidade, a morrer de tédio, a ser criativos, a conviver com a família. Tem coisa mais importante que viver na adversidade e se dar conta de quantos aprendizados e lições a gente pode tirar disso?

Ou seja, o que nem todo mundo aprendeu ainda é a estabelecer uma relação mais saudável com o próprio sistema de aprendizado, e também com a qualidade das coisas que a gente aprende. Tem gente que nem sabe sobre o que quer aprender! Tem gente que inclusive pensa que já aprendeu tudo!

Por tanto, um dos maiores conselhos que eu posso dar, desses que minha bisavó passou pra minha avó, depois pra minha mãe, pra mim, e que agora eu compartilho com meus leitores, é que vocês aprendam a se perguntar “que aprendizado eu faço de cada situação?” e “como eu posso melhorar como ser humano com esse aprendizado?”, porque este é um conhecimento que não gera dano, muito pelo contrário.

Terminou uma relação? Pois, em meio à tristeza, se pergunte o que você aprendeu com ele(a). Reflita sobre quem você era antes de conhece-lo(a) e se alegre pelo que você se tonou. Quais foram os pontos positivos? Quais os negativos? Qual a sua responsabilidade nisso e quais erros você não quer repetir no futuro? O mesmo vale pra outras situações. Perdeu o emprego? Se pergunte o que este trabalho te ensinou, ou sobre sua relação com os companheiros, sobre seu crescimento na carreira, sobre o que você faria melhor, se é isso que você curte fazer.

Esse é o tipo de conhecimento que ao invés de pressionar, liberta. Que ao invés de estresse, nos dá uma recompensa emocional super positiva. Que nos retroalimenta e faz a gente querer continuar aprendendo, e se conhecendo, se fortalecendo, descobrindo os nossos gostos, nossas aspirações, nossos temas de interesse. Até chegar o dia que você descobre, por fim, que seu sonho é ir pra lua e ler um livro sobre física quântica parece tão interessante quanto pegar um baba domingo de manhã e depois tomar uma cerveja.

Este é o real caminho do conhecimento construtivo, e eu recomendo.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

¿Qué puedo aprender de cada situación?

No hace mucho, he escuchado a un influencer español llamado Eugenio Oller decir que el sistema educativo está hecho para la gente no quiera aprender. Las escuelas, las universidades, los cursos online... ellos nos dejan tan saturados de conocimientos técnicos que acabamos el curso y pensamos “madre mía, que ya no quiero más saber de eso”.

Y no me parece nada raro. Hay un estrés tan grande al rededor del aprendizaje, que nos sentimos presionados todo el tempo a saber sobre más y más cosas, nos ponemos nerviosos, temblamos y sudamos para hacer un examen. Hay gente que se toma medicaciones para conseguir mantenerse concentrado em los libros, y ruega para que cada palabra sea asimilada por una cabeza tan cansada y llena de sueño. Todo eso porque lo que existe em los días de hoy es ansiedad y memorización, no aprendizaje. Porque el aprendizaje nos lo llevamos con nosotros de por vida, y no tan solo lo aplicamos en un examen.

Creo que memorizar nunca ha sido estudiar, y eso quiere decir que siempre hemos estudiado mal, y hemos cogido manía a hacerlo de mayores. Para defender mi hipótesis, hoy os intento explicar mi manera de pensar a través de una de las pocas cosas que he aprendido em matemáticas en la época de la escuela:

Si a+b=c, luego c+a=b

Es decir: si paso toda mi infancia creyendo que voy a estudiar para hacer un examen, y hacerlo me hace sentir mal, luego... estudio para sentirme mal. Ahí está la ecuación que puede privar mucha gente de una vida de crecimiento personal.

Sin embargo, otra cosa que quizás no sepas, incluso si fuiste el mejor alumno en la feria de ciencias, es que, por más burro que creas que eres (lo que no es verdad), ese cerebrito lindo que tienes en tu cabeza es muy listo, y él construye barreras para todo aquello que le hace sufrir.

Eso quiere decir que, si dependiéramos de él y de las malas experiencias educativas que hemos vivido, no nos seguiríamos esforzando para aprender nada. Una vez que se acabara la uni, se acabaría el martírio. A trabajar y punto pelota.

Pero calma, querido lector, no te culpes. Tampoco culpes a tus hijos que no sacan buenas notas. Todos sabemos que el sistema es cruel y que lo que quiere es que hagamos cosas y seamos productivos. Pero recuérdate que la vida es muchísimo más que saber de historia, geografía y la suma del cuadrado de los catetos y, por suerte, somos máquinas de aprender. Aprendemos sobre todo y a partir de todas las cosas. Somos capaces de aprender a construir un edificio a partir de un dibujo en el papel. Aprendemos cuando dormimos. Aprendemos incluso cuando nos estamos muriendo.

Recuérdate que la vida es muchísimo más que saber de historia, geografía y la soma de los cuadrados de los catetos, y felizmente somos como máquinas de aprender que nunca dejan de funcionar. Aprendemos de todo y a partir de todas las cosas. Somos capaces de aprender a construir un edificio a partir de un dibujo en un papel. Aprendemos durmiendo. Aprendemos incluso muriéndonos.

Os doy un ejemplo

En este período de coronavírus, muchos padres empezaron a escribir en los grupos de las redes sociales sobre su indignación con relación al confinamiento, ya que sus hijos se están perjudicando porque no están yendo al cole a aprender sobre el sistema digestivo de los protozoarios y de los artrópodos. Ellos todavía no son conscientes que experimentar cosas nuevas en la cocina, así como ensuciar todo y volver a limpiar, son también aprendizajes, quizás más importantes y motivadores que saber a qué velocidad un ascensor con aceleración X y masa Y llegan a la planta baja. Tampoco son conscientes que sus críos pueden no aprender a, yo que sé, coser una ropa, lavar un plato, plantar un frijol en un algodón. O, quizás, a ser feliz y a cantar em medio a la adversidad, a morirse de aburrimiento, a convivir con la familia. ¿Hay algo más importante que vivir la adversidad y darse cuenta de los aprendizajes y lecciones que se pueden sacar de esa situación?

Es decir, lo que no todo mundo ha aprendido todavía es a establecer una relación más sana con su propio sistema de aprendizaje, y también con la cualidad de las cosas que se aprende. ¡Hay gente que ni siquiera saber sobre qué le gustaría aprender! ¡Hay gente que incluso cree que ya ha aprendido de todo!

Por lo tanto, uno de los mejores consejos que os puedo dar, de esos que mi bisabuela se lo pasó a mi abuela, luego a mi madre, luego a mí, y que ahora os comparto es que aprendáis a preguntaros a vosotros mismos: “¿qué aprendizaje yo hago de cada situación?” y “¿cómo puedo mejorar como ser humano con ese aprendizaje?”, porque este es un conocimiento que no genera daños, al revés.

¿Se ha acabado la relación? Pues pregúntate que has aprendido con él/ella. Reflexione sobre los puntos positivos, sobre los negativos, sobre tu responsabilidad en todo eso y cuales errores no querrás cometerlos con tu futura pareja.

Lo mismo es válido para otras situaciones. ¿Has perdido el trabajo? Pregúntate qué cosas este trabajo te ha aportado, o reflexiona sobre tu relación con tus compañeros, sobre tu crecimiento en la carrera, sobre qué aspectos cambiarías y si es eso lo que te gustaría seguir haciendo.

Ese es el tipo de conocimiento que no presiona, sino que liberta. Que no estresa, sino que te da una recompensa emocional super positiva. Que te retroalimenta y te hace querer seguir aprendiendo, conociéndote emocionalmente, conociendo el mundo sin miedo, fortaleciéndote, descubriendo tus aspiraciones, tus temas de interés. Hasta que llegará el día que descubrirás, por fin, que tu sueño es ir a la luna y leer un libro sobre física cuántica parecerá tan interesante que jugar a la pelota con tus amigos los domingos y después hacer un vermut.

Este es el real camino del conocimiento constructivo, y yo lo recomiendo.

Comentários