Mary Temple Grandin e o Autismo

A palavra “Autismo” ainda carregar um significado fixo e espantoso para a maioria das pessoas. No entanto, pouco ou nada se fala sobre o fato de que existem formas de autismo que não tornam o indivíduo tão incapaz assim, mesmo que ele possa realmente ter formas de pensamento e percepção diferentes do habitual.

Estudando um pouco sobre o assunto, encontrei a autobiografia "Mistérios de uma Mente Autista" (2011), que é a tradução do Best-Seller americano "Thinking in Pictures”, e confesso que o livro me chamou bastante a atenção. Trata-se do segundo livro escrito por Mary Temple Grandin, uma mulher com Síndrome de Asperger, também conhecida como Autismo de alto funcionamento.

Mary Temple Grandin nasceu em 1947, em Boston, Massachusetts, EUA. Em sua autobiografia, “Mistérios de uma Mente Autista”, ela explica que a primeira evidência de que ela não era como os outros bebês, veio aos dois anos, quando sua mãe constatou que, diferente dos demás bebês de sua idade, ela tinha um comportamento terrível. Tinha crises ao ser carregada, brincava com suas próprias fezes, não falava como as outras crianças, não tinha interesse nas pessoas e seu olhar estava sempre fixo no espaço, pois não fazia contato visual, aparentando, inicialmente ser surda. Aqueles já eram os sintomas clássicos do autismo se apresentando, mas, naquela época, os neurologistas lhe deram o diagnóstico de “cérebro danificado”.

Por não conseguir falar até os três anos de idade, apesar de comprender o que as pessoas ao seu redor diziam, Temple relata sua aflição e de como isso influenciava em suas crises. Ela sabia que a única maneira de se comunicar era gritando e se debatendo, por isso, o fazia incontroladamente. O cansaço e o barulho excessivo eram grandes impulsores de crises, pois a deixavam estressada. Cabia aos demais presentes não ficarem nervosos ou agitados e, em outras circunstâncias, prevenir os estímulos impulsores de crises.

Temple relata ainda que foi apenas depois de entrar na Faculdade que começou a dar-se conta sobre o modo como o seu pensamento se processava e de como ele era diferente do pensamento da maioria das pessoas. Seu pensamento – bem como o de muitos autistas (mas não todos) – não utiliza linguagem. Ela pensa através de imagens vividamente detalhadas, enquanto a maioria pensa em combinação de palavras somadas a imagens vagas e genéricas. Sobre este último, ela explica que não tem, por exemplo, uma imagem mental genérica de um cachorro. Quando pensa em um cachorro, é sempre um cachorro de alguém, um cachorro real, o qual ela já conheceu. E diz ainda que ao longo de sua vida, precisou criar imagens mentais para palavras abstratas (como paz, amor e honestidade), bem como para conceitos como “se dar bem com as pessoas” ou “partir para outra”, com o intuito de compreendê-las.

Em sua autobiografia, Temple explica também que seu pensamento é associativo, o que lhe faz ter devaneios continuamente, de modo que cada memória leva a outra, fazendo-a facilmente desviar-se do assunto. Isso pode influenciar também no uso das palavras de maneira inadequada, de modo que uma criança autista pode, por exemplo, dizer a palavra “cachorro” quando quiser ir ao quintal, pois a palavra “cachorro” em seu pensamento associativo está vinculada à ideia de ir ao quintal.

Por sorte, Temple conseguiu controlar seus devaneios com o passar dos anos, mas pessoas com grau mais elevado de autismo têm mais dificuldade de interromper esse tipo de associações infinitas.

Outras dificuldades que Temple relata, e que pode se expandir a outros autistas também, são: a dificuldade para aceitar mudanças na rotina; dificuldade para saber quais são seus limites corporais; de não conseguir imaginar o que as outras pessoas estão pensando; ou de não conseguir ler os sinais que indicam como elas se sentem; de não se conectarem com as pessoas; problemas sensoriais que podem causar dor ou incomodar, dentre outros.

Hoje Temple tem 69 anos de idade e uma carreira internacional bem sucedida. Possui um mestrado e é Phd em Ciência Animal e seu trabalho é projetar equipamento para animais (especialmente gado) de fazendas. Além disso, ela é uma renomada autora e palestrante sobre o Autismo e foi nomeada uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time, em 2010, sendo uma fonte de inspiração para muitas famílias e profissionais ao redor do mundo.
Em sua biografia ela relata que foi a intervenção precoce - iniciada aos 2 anos e meio de idade - que a ajudou a superar sua deficiência. Dessa forma, Temple chocou o mundo por conseguir provar que as características do autismo podem ser modificadas e controladas, e que o autismo pode permitir vidas cheias de acontecimentos e conquistas, principalmente se houver um alto nível entendimento e educação.

Temple chocou o mundo ao publicar o livro "Uma Menina Estranha", a primeira narrativa interior sobre o autismo, em 1986 – uma época em que acreditava-se que este lado interior do autista não existia. E, ao escrevê-lo, ela falou por si e por milhares de outros adultos autistas. Este primeiro livro forneceu forte efeito no pensamento médico de trinta anos atrás sobre 'o que é ser autista', mas, sobretudo, foi e segue sendo um documento fascinante em termos humanos. 


É um livro muito rico para todos os púbicos, mas principalmente para Psicólogos, Psiquiatras, familiares de crianças com o espectro Autista e também Professores, já que, no decorrer da autobiografia dá dicas de como agir com pessoas com a síndrome; informa os meios para se detecta-la e suas possíveis causas. Además, explica como conseguiu vencer na vida e tornar-se uma autoridade internacional no ramo da pecuária. 

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La palabra "autismo" todavía lleva un significado fijo y espantoso para la mayoría de las personas. Sin embargo, poco o nada se habla del hecho de que existen formas de autismo que no hacen al individuo tan incapaz así, aunque pueda realmente tener formas de pensamiento y percepción diferentes de lo habitual.

Estudiando un poco sobre el tema, encontré la autobiografía "Misterios de una mente autista" (2011), que es la traducción del best-seller estadounidense "Thinking in Pictures", y confieso que el libro me llamó bastante la atención. Del segundo libro escrito por Mary Temple Grandin, una mujer con Síndrome de Asperger, también conocida como Autismo de alto funcionamiento.

Mary Temple Grandin nació en 1947 en Boston, Massachusetts, Estados Unidos. En su autobiografía, "Misterios de una mente autista", ella explica que la primera evidencia de que ella no era como los otros bebés, vino a los dos años, cuando su madre constató que, a diferencia de los demás bebés de su edad, Comportamiento terrible. En el caso de las mujeres, la mayoría de las veces, la mayoría de las veces, la mayoría de las veces, aquellos ya eran los síntomas clásicos del autismo presentándose, pero, en aquella época, los neurólogos le dieron el diagnóstico de "cerebro dañado". Por no poder hablar hasta los tres años de edad, a pesar de comprender lo que decían las personas a su alrededor, Temple relata su aflicción y cómo influía en sus crisis. Ella sabía que la única manera de comunicarse era gritar y debatirse, por lo que lo hacía incontroladamente. El cansancio y el ruido excesivo eran grandes impulsores de crisis, pues la dejaban estresada. A los demás presentes no les quedan nerviosos o agitados y, en otras circunstancias, prevenir los estímulos impulsores de crisis.

Temple relata que fue sólo después de entrar en la Facultad que comenzó a darse cuenta de cómo su pensamiento se procesaba y de cómo era diferente del pensamiento de la mayoría de las personas. Su pensamiento - así como el de muchos autistas (pero no todos) - no utiliza lenguaje. Ella piensa a través de imágenes vívidamente detalladas, mientras que la mayoría piensa en combinación de palabras sumadas a imágenes vagas y genéricas. Sobre este último, ella explica que no tiene, por ejemplo, una imagen mental genérica de un perro. Cuando piensa en un perro, es siempre un perro de alguien, un perro real, el cual ella ya conoció. Y dice que a lo largo de su vida, necesitó crear imágenes mentales para palabras abstractas (como paz, amor y honestidad), así como para conceptos como "darse bien con las personas" o "partir hacia otra", con el propósito de " Comprenderlas.

Hoje Temple tem 69 anos de idade e uma carreira internacional bem sucedida. Possui um mestrado e é Phd em Ciência Animal e seu trabalho é projetar equipamento para animais (especialmente gado) de fazendas. Além disso, ela é uma renomada autora e palestrante sobre o Autismo e foi nomeada uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time, em 2010, sendo uma fonte de inspiração para muitas famílias e profissionais ao redor do mundo.

Em sua biografia ela relata que foi a intervenção precoce - iniciada aos 2 anos e meio de idade - que a ajudou a superar sua deficiência. Dessa forma, Temple chocou o mundo por conseguir provar que as características do autismo podem ser modificadas e controladas, e que o autismo pode permitir vidas cheias de acontecimentos e conquistas, principalmente se houver um alto nível entendimento e educação.

En su autobiografía, Temple explica también que su pensamiento es asociativo, lo que le hace tener constantemente devane, de modo que cada memoria lleva a la otra, haciéndola fácilmente desviarse del asunto. Esto puede influir también en el uso de las palabras de manera inadecuada, de modo que un niño autista puede, por ejemplo, decir la palabra "perro" cuando quiere ir al patio, pues la palabra "perro" en su pensamiento asociativo está vinculada a la idea de " Ir al patio trasero.

Por suerte, Temple logró controlar sus devaneos con el paso de los años, pero las personas con un grado más alto de autismo tienen más dificultad para interrumpir este tipo de asociaciones infinitas.

Otras dificultades que Temple relata, y que puede expandirse a otros autistas también, son: la dificultad para aceptar cambios en la rutina; Dificultad para saber cuáles son sus límites corporales; De no poder imaginar lo que otras personas están pensando; O de no poder leer las señales que indican cómo se sienten; De no conectarse con las personas; Problemas sensoriales que pueden causar dolor o molestar, entre otros.

Temple impresionó el mundo al publicar el libro "Una chica extraña", la primera narración interior sobre el autismo, en 1986, una época en que se creía que este lado interior del autista no existía. Y al escribirlo, ella habló por sí y por miles de otros adultos autistas. Este primer libro proporcionó un fuerte efecto en el pensamiento médico de treinta años atrás sobre lo que es ser autista, pero sobre todo fue y sigue siendo un documento fascinante en términos humanos. Es un libro muy rico para todos los púbicos, pero principalmente para Psicólogos, Psiquiatras, familiares de niños con el espectro Autista y también Profesores, ya que, en el transcurso de la autobiografía da consejos de cómo actuar con personas con el síndrome; Informa los medios para detectarla y sus posibles causas. Además, explica cómo logró vencer en la vida y convertirse en una autoridad internacional en el ramo de la ganadería.

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