No ano de 1994, a UNESCO
declarou que “Todas as crianças, de ambos
os sexos, têm direito fundamental à educação e que a elas deve ser dada a oportunidade
de obter e manter um nível aceitável de conhecimentos”. Por sua vez, o
ambiente escolar é tradicionalmente caracterizado por excluir os diferentes,
aqueles que não se encaixam nos padrões de “aluno ideal”.
Foi com base nisso que
surgiu uma nova modalidade de educação escolar chamada de Educação Especial. Sua proposta pedagógica assegura recursos e serviços
educacionais especiais, com o intuito de apoiar, complementar, suplementar e,
em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a promover
o desenvolvimento das potencialidades do indivíduo, em todas as etapas e
modalidades da Educação Básica e garantir a educação escolar de um modo geral (Brasil, 2001, apud Glat, 2007). É
especial porque agrupa profissionais, técnicas, recursos e metodologias
específicas para cada área de conhecimento, onde cabe a estes profissionais
responsabilizar-se pelo ensino e aprendizagem dos alunos chamados “especiais”.
No entanto, com o passar
dos anos, a Educação Especial se converteu em um sistema paralelo e segregado de
ensino, voltado principalmente para o atendimento especializado de indivíduos
com distúrbios de aprendizagem e de comportamento, deficiências, altas
habilidades ou superdotação. Estes alunos eram “exilados” para classes
especiais, porque não conseguiam se adaptar às exigências da escola. Além disso, eram
culpados pelo próprio fracasso na aprendizagem, como se possuíssem disfunções
intrínsecas e como se extrinsecamente não houvesse nada a ser modificado.
O grande número de críticas
a esse processo de exclusão e a necessidade de buscar novas formas de educação escolar
com alternativas menos segregativas, culminaram na criação da proposta de Educação Inclusiva, mundialmente
disseminada pela força de organismos como a UNESCO e outras organizações
internacionais.
A política de Educação
Inclusiva se tornou uma diretriz educacional prioritária na maioria dos países,
inclusive no Brasil, conforme a Resolução CNE/CEB Nº2 de 2001, art.2º, que diz
que: “Os sistemas de ensino devem matricular a todos os alunos, cabendo às
escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades
educacionais especiais, assegurando às condições necessárias para uma educação
de qualidade para todos” (BRASIL, 2001. Apud
Glat, 2007).
Sendo assim, os governos e
os sistemas escolares de cada país passaram a ter responsabilidade em
qualificar todas as crianças e jovens, no que diz respeito aos conteúdos,
conceitos, valores e experiências presentes no processo de ensino-aprendizagem
escolar, levando em conta o reconhecimento das diferenças individuais de
qualquer origem, independentemente das condições socioeconômicas, raciais,
culturais ou de desenvolvimento da criança e do adolescente (UNESCO, 1994, apud Glat, 2007). De
acordo com esta política, todas os alunos devem ser acolhidas nas chamadas escolas regulares, as quais devem se
adaptar às suas necessidades (e não o contrário), uma vez que são os meios mais eficazes no combate
às atitudes discriminatórias. Ou seja, através da Educação Inclusiva, os mecanismos
de seleção e discriminação até então utilizados, são substituídos por
procedimentos de identificação e remoção das barreiras para a aprendizagem e, desta
maneira, acredita-se que é possível construir uma sociedade inclusiva, onde a
educação atinja a todos (UNESCO,1994, apud Glat, 2007).
É importante ressaltar
que, para ser inclusiva não basta apenas que o aluno com deficiência seja
matriculado numa turma comum, ou que ele transite pela escola. Para ser
inclusiva, a escola deve preparar sua equipe de gestão e de professores, rever
sua estrutura, organização, seu projeto político-pedagógico, seus recursos
didáticos, suas metodologias e estratégias de ensino, bem como suas práticas
avaliativas, modificação esta que favoreça o desenvolvimento e a inclusão
social. Além disso, deve-se não só permitir o ingresso e a permanência do aluno
na escola, mas deve-se também criar possibilidades de que o mesmo possua um sucesso
acadêmico, e isso só poderá se dar a partir da atenção às suas peculiaridades
de aprendizagem e desenvolvimento.
Referência Bibliográfica: GLAT,
Rosana. Questões Atuais em Educação
Especial. Educação Inclusiva: Cultura e Cotidiano Escolar. Rio de Janeiro.
7Letras. 2007.
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En el año 1994, la
UNESCO declaró que "todos los niños, de ambos sexos, tienen derecho
fundamental a la educación y que a ellas debe darse la oportunidad de obtener y
mantener un nivel aceptable de conocimientos". A su vez, el ambiente
escolar es tradicionalmente caracterizado por excluir a los diferentes, aquellos
que no encajan en los patrones de "alumno ideal".
En base a esto
surgió una nueva modalidad de educación escolar llamada Educación Especial. Su
propuesta pedagógica asegura recursos y servicios educativos especiales, con el
fin de apoyar, complementar, suplementar y, en algunos casos, sustituir los
servicios educativos comunes, para promover el desarrollo de las
potencialidades del individuo, en todas las etapas y modalidades de la
Educación Básica y garantizar la educación escolar de un modo general (Brasil,
2001, apud Glat, 2007). Es especial porque agrupa profesionales, técnicas,
recursos y metodologías específicas para cada área de conocimiento, donde
corresponde a estos profesionales responsabilizarse por la enseñanza y
aprendizaje de los alumnos llamados "especiales".
Sin embargo, con el
paso de los años, la Educación Especial se ha convertido en un sistema paralelo
y segregado de enseñanza, orientado principalmente a la atención especializada
de individuos con disturbios de aprendizaje y de comportamiento, deficiencias,
altas habilidades o superdotación. Estos alumnos eran "exiliados"
para clases especiales, porque no podían adaptarse a las exigencias de la
escuela. Además, eran culpables por el propio fracaso en el aprendizaje, como
si tuvieran disfunciones intrínsecas y como si extrínsecamente no hubiera nada
que modificar.
El gran número de críticas a este proceso de
exclusión y la necesidad de buscar nuevas formas de educación escolar con
alternativas menos seguras, culminaron en la creación de la propuesta de
Educación Inclusiva, mundialmente diseminada por la fuerza de organismos como
la UNESCO y otras organizaciones internacionales. La política de educación
inclusiva se ha convertido en una directriz educativa prioritaria en la mayoría
de los países, incluso en Brasil, conforme a la Resolución CNE / CEB Nº2 de
2001, artículo 2, que dice: "Los sistemas de enseñanza deben matricular a
todos los alumnos, A las escuelas organizarse para la atención a los educandos
con necesidades educativas especiales, asegurando las condiciones necesarias
para una educación de calidad para todos "(BRASIL, 2001. Apud Glat, 2007).
Sendo assim, os
governos e os sistemas escolares de cada país passaram a ter responsabilidade
em qualificar todas as crianças e jovens, no que diz respeito aos conteúdos,
conceitos, valores e experiências presentes no processo de ensino-aprendizagem
escolar, levando em conta o reconhecimento das diferenças individuais de
qualquer origem, independentemente das condições socioeconômicas, raciais,
culturais ou de desenvolvimento da criança e do adolescente (UNESCO,
1994, apud Glat, 2007). De acordo com esta política,
todas os alunos devem ser acolhidas nas chamadas escolas regulares,
as quais devem se adaptar às suas necessidades (e não o contrário), uma vez que
são os meios mais eficazes no combate às atitudes discriminatórias. Ou seja,
através da Educação Inclusiva, os mecanismos de seleção e discriminação até
então utilizados, são substituídos por procedimentos de identificação e remoção
das barreiras para a aprendizagem e, desta maneira, acredita-se que é possível
construir uma sociedade inclusiva, onde a educação atinja a
todos (UNESCO,1994, apud Glat, 2007).
É importante ressaltar
que, para ser inclusiva não basta apenas que o aluno com deficiência seja
matriculado numa turma comum, ou que ele transite pela escola. Para ser
inclusiva, a escola deve preparar sua equipe de gestão e de professores, rever
sua estrutura, organização, seu projeto político-pedagógico, seus recursos
didáticos, suas metodologias e estratégias de ensino, bem como suas práticas
avaliativas, modificação esta que favoreça o desenvolvimento e a inclusão
social. Além disso, deve-se não só permitir o ingresso e a permanência do aluno
na escola, mas deve-se também criar possibilidades de que o mesmo possua um
sucesso acadêmico, e isso só poderá se dar a partir da atenção às suas
peculiaridades de aprendizagem e desenvolvimento.
Referência
Bibliográfica: GLAT, Rosana. Questões Atuais em Educação Especial.
Educação Inclusiva: Cultura e Cotidiano Escolar. Rio de Janeiro.
7Letras. 2007.
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