Trechos de Livro #1 - Memórias, Sonhos e Reflexões

Os Melhores Trechos de Jung em Memórias, Sonhos e Reflexões.


- "[...] o doente tem uma história que não é contada e que, em geral, ninguém conhece. Para mim a verdadeira terapia só começa depois de examinada a história pessoal. Esta representa o segredo do paciente [...]. " (p. 110)


- "Os diagnósticos são importantes pelo fato de proporcionarem uma certa orientação, embora não ajudem o paciente. O ponto decisivo é a questão da história do doente, pois revela o fundo humano, o sofrimento humano e somente aí pode intervir a terapia do médico." (p. 115)

- "A psicoterapia e as análises são tão diversas quanto os indivíduos. Trato cada doente tão individualmente quanto possível, pois a solução do problema é sempre pessoal. Não é possível estabelecer regras gerais [...]. Uma solução falsa para mim pode ser justamente a verdadeira para outra pessoa." (p. 120)

- “O fato decisivo é que enquanto ser humano, encontro-me diante de um outro ser humano. A análise é um diálogo que tem necessidade de dois interlocutores. O analista e o doente se encontram, face a face, olhos nos olhos. O médico tem alguma coisa a dizer, mas o doente também." (p. 121)

- "[...] não se trata de confirmar uma teoria, mas de fazer com que o doente se compreenda a si mesmo como indivíduo." (p. 121)

- "A alma é muito mais complexa e inacessível que o corpo." (p. 121

- “Queria tornar-se analista. ‘O senhor sabe – disse eu – o que isso significa? Significa que deverá conhecer-se primeiro a si mesmo para tornar-se um instrumento; se não estiver em ordem, como reagirá o doente? Se não estiver convencido, como persuadirá o doente? O senhor mesmo deverá ser a matéria a ser trabalhada. Se não, que Deus o ajude! Conduzirá os doentes por caminhos falsos. Será preciso, inicialmente, que o senhor mesmo assuma a sua análise.'" (p. 123)

- “Nunca tento converter um doente ao que quer que seja, não exerço sobre ele qualquer pressão. O que importa acima de tudo, é que o doente chegue à sua própria concepção." (p. 126)

- “O encontro com meus analisandos e o confronto com o fenômeno psíquico que eles e meus doentes me propuseram, me ensinaram infinitas coisas, não somente acerca dos dados científicos, mas também relativamente à compreensão de meu próprio ser." (p. 131)

- Freud nunca se interrogou acerca do motivo pelo qual precisava falar continuamente sobre sexo, porque esse pensamento a tal ponto se apoderara dele. [...] Talvez só a uma experiência interior de cunho pessoal teria podido abrir-lhe os olhos." (p. 138)

- "Não se pode abandonar uma forma de vida sem mudá-la para outra." (p. 149)

- "Não é exagero dizer que a consciência da civilização que reina hoje em dia, na medida em que reflete sobre si mesma filosoficamente, ainda não aceitou a ideia do inconsciente e de suas consequências, se bem que esteja confrontada com ele há mais de meio século." (p. 151)

- "[...] os homens, hoje, se identificam apenas com a consciência e imaginam ser apenas aquilo que conhecem de si próprios. [...] O racionalismo e a doutrinação são doenças do nosso tempo; pretendem ter resposta pra tudo." (p. 260)

- "Há pessoas que não sentem nenhuma necessidade de imortalidade e que se arrepiam à ideia de ficar durante milênios sentados numa nuvem, tocando harpa! Também há outros - e são numerosos - tão maltratados pela vida e que experimentam tal desgosto pela própria existência, que um fim absoluto lhes parecerá bem mais desejável do que qualquer forma de continuidade." (p. 262)

"Uma crença prova apenas a existência do 'fenômeno crença', mas de nenhuma forma a realidade de seu conteúdo." (p. 276)

- "Algumas coisas poderiam ter sido diferentes se eu mesmo tivesse sido diferente. Assim, pois, as coisas foram o que tinham de ser, pois foram o que foram porque eu sou como sou." (p. 309)

- "O mundo no qual penetramos é brutal, cruel e, ao mesmo tempo, de uma beleza divina. Achar que a vida tem ou não sentido é uma questão de temperamento." (p. 310)

- "Sim, assim são os jovens, só experimentam verdadeira alegria lá onde podem caminhar sem nós [pais], onde nossa respiração mito curta e nossas pernas fatigadas não nos permitam segui-los."


- "Nada há a fazer contra isso e cada qual tem razão de obedecer ao encadeamento de seus impulsos."

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